domingo, 9 de junho de 2013

RESENHA 15- A Cabana, de William P. Young

É um livro impactante. Tenho que começar essa resenha com esta frase, porque é um puta fato. Ele me fez pensar e repensar e refletir sobre meus atos, falas e até pensamentos ! O autor conseguiu passar a mensagem dele por esse livro... Pelo menos para mim. A Cabana , publicado nos EUA em 2007 e traduzido pela Arqueiro um ano após seu lançamento, em 2008. Ele vai contar a história de Mack Allen Phillips, um homem que um dia resolveu levar seus filhos a uma cabana para se divertirem, mas o que era pra ser um momento de lazer, se tornou um desastre: sua filha foi raptada e assassinada por um maníaco , assassino de menininhas. Desde então atormentado pelo mal, Mack começa a contestar a real intenção de Deus: porque ele não salva sua própria criação ? Porque ele deixa as pessoas morrerem, assim, do nada ? Porque se, ele é tão poderoso, não faz nada para amenizar o sofrimento das pessoas ? Então, Mack recebe um bilhete (supostamente vindo do Todo-Poderoso) para voltar a Cabana. Mack aceita o convite e retorna ao local onde tudo aconteceu. E lá, ele se depara com uma grande surpresa... que eu não vou contar, porque será spoiller, rs.

Este livro foi lido e relido por pessoas religiosas e não religiosas, e o mesmo foi apreciado por ambas. Isso porque o autor, William P. Young, consegue não misturar religião com o assunto do livro. Como ? Explicando: Young fala de Deus, do Espírito Santo e de Jesus , mas não cita nenhuma religião no livro. Ele não fala qual é a religião certa que você deve seguir, a escolha está livre para você. Ele simplesmente apresenta sua visão do que Deus fala. E é interessante acompanhar a viagem de Mack pela Cabana e a cada conversa que ele tem com uma das três trindades, ele vai descobrindo mais sobre o mundo espiritual, o que vai mudando seu conceito de Deus e do mundo, das pessoas.

Por que o meio do livro, ou melhor, o encontro de Mack com Papai, Jesus e Sarayu ficou de certa forma, categórico. Era previsível que para cada experiência viria uma conversa e em cada conversa um ensinamento e pra cada ensinamento uma reação emocionada e pra cada reação emocionada uma realização. Resumindo, o meio do livro foi escrito sem trama. Ficou nítido que Young listou as coisas das quais ele gostaria de compartilhar sua visão em relação ao universo "Deus-você" e foi criando tópicos para explica-las.¹ Se Young tivesse deixado isso de listar as coisas em tópicos implícita, a leitura seria muito menos cansativa para muitos. Se ele tivesse criado situações que no final de cada uma pudéssemos entender uma "moral" , o livro ficaria bem melhor trabalhado.

O livro foi escrito, inicialmente, para 15 amigos de Young. Young enviou o livro para eles, e todos adoraram. Depois, ele enviou o livro para dois produtores de cinema (Wayne Jacobsen e Brad Cummings) e para mais de 25 editoras. Todas as editoras recusaram a publicação do livro. Entretanto, os produtores adoraram o livro, e como nenhuma editora quis publicá-lo, Wayne e Brad criaram sua própria editora e lançaram o livro com um investimento inicial de apenas 300 dólares. O que parecia ser um fracasso para Young, foi um sucesso: O livro começou a vender igual água, todos estavam comentando sobre o livro, a obra de William P. Young avançou as fronteiras e atingiu gente do mundo todo.

Concluindo, A Cabana é um livro para refletir, pensar sobre seus atos, sobre sua vida em todos os aspectos. Para pessoas de todas as religiões, o livro transmite sua mensagem através de conversas entre Mack e Deus, Mack e Jesus, Mack e Sarayu. É um livro bacana, leve e com poucas páginas, especialmente recomendado para quem está meio em cima do muro quanto a religião organizada mas nunca deixou Deus para trás (ou até para aqueles que estão precisando de uma forcinha espiritual neste sentido). Mas se está procurando uma história mais pé-no-chão ou realmente não tenha o mínimo interesse em temas religiosos; passe longe. ²


QUOTES- A Cabana

 "A maioria de nós tem suas próprias tristezas, sonhos partidos e corações feridos, cada um viveu perdas únicas, nossa própria "cabana". Oro para que você encontre a mesma graça que eu recebi lá e que a presença de Papai, Jesus e Sarayu preencha seu vazio interior com alegria indizível"

"E Mack? Bom, ele é um ser humano que continua passando por um processo de mudança, como todos nós. Só que ele aceita bem as mudanças, enquanto que eu muitas vezes resisto a elas. Noto que ele ama mais e melhor do que a maioria das pessoas, é rápido em perdoar e ainda mais rápido em pedir perdão. As transformações que ele sofreu provocaram na família e nos amigos efeitos que nem sempre foram fáceis de entender. Mas devo lhe dizer que nunca conheci outro adulto que leve a vida com tanta simplicidade e alegria. De algum modo, ele virou criança de novo. Ou, para explicar melhor, ele virou a criança que nunca teve permissão de ser. Uma pessoa confiante e cheia de entusiasmo. Ele consegue acolher até mesmo os tons mais escuros da vida, vendo-os como parte de uma tapeçaria incrivelmente rica e profunda, tecida magistralmente por invisíveis mãos de amor."